quarta-feira, 29 de abril de 2009

MÔNICA




Caminhava desgovernada pela rua deserta, não havia nenhum sinal de vida, mas algo guiava meus passos rumo a um destino desconhecido. Meu coração acelerava a cada passo, eu conseguia ouvir o ritmo frenético de suas batidas, a adrenalina corria em meu corpo, e ao meu redor o mundo estava completamente paralisado.
Na longa e fria madrugada sentia como se eu fosse a única pessoa viva na terra, e assim a ansiedade, o medo, a pressa e o pavor se apoderaram de mim, comecei a correr, e corria sem saber para onde, era guiada pelo vento, pela escuridão, pela lua.
Seguia em um caminho longo, que parecia não ter fim, cai de joelhos aos prantos, chorei como uma criança com medo, e não havia ninguém para me acolher, gritei e escutei somente um eco, eu respondendo os meus temores.
— Olá,
— Olá,
Levantei, respirei fundo e corri desenfreadamente, não conseguia ver mais nada, precipitei-me com uma inquietude, com uma voracidade, e de repente, o medo, o pavor, a agitação foram dando lugar a uma nova sensação. Algo inesperado, e os passos desgovernados haviam me levado a um lugar, e essa nova visão trouxe esperança e paz dissipando os medos e convidando a alegria a se apoderar de meu ser.
A visão era o nascer do sol, a luz, o dia, a esperança, percebi que a longa estrada negra havia terminado, e encontrei dentro de meu ser muita vida para seguir novos sonhos.
Aprendi que a vida segue seu rumo, e que o destino é uma caixinha de surpresas, enfim, fui guiada à luz, e tive a certeza de que a escuridão sempre tem seu fim.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

DEFINIÇÕES



És para mim como o pôr do sol, que a cada dia brilha mais intenso.
És como as estrelas, que nunca deixam de brilhar apesar de toda a distância, pois seu brilho se encontra no fundo do meu olhar.
És como a esperança que sempre aponta no coração dos necessitados de luz.

És inexplicável, indefinido e infinito em sua existência.
És um sentimento, o mais puro e verdadeiro.
E por mais que eu lhe ofereça a todos, sempre brotas ainda mais grandioso em meu coração.
És o amor.

O mais confuso dos confusos e totalmente indefinível,
A verdade universal é que és uma esfinge, que passamos a vida toda tentando descifrar, e assim somos devorados por sua grandiosidade, sem saber que sempre tivemos a resposta.
Amar, simplesmente amar sem tentar te entender.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

PASSEIO NO PARQUE



Eu vi uma menina, e sua beleza vinha da alegria de viver.
Vi uma moça, cheia de sonhos que renasciam a cada amanhecer.
Vi uma mulher e sua sabedoria cintilava em atos nobres e gentis.
Vi a fusão de todas, na alma feminina.
A criança cheia de sonhos, a bela mulher e a nobre e gentil moça.
E estático, encantado, contemplei aquela imagem.
Nascida para ser adorada com seus traços únicos femininos.





Uma jovem parecia chorar em uma tarde, enquanto eu passeava pelo parque, passei a observa-la e a me perguntar;
Quais segredos, dores, mágoas, aqueles tristes olhos guardavam?
A tristeza havia se apossado daquela criatura tão insignificante e ao mesmo tempo tão bela e sorridente. Observei que alguns sorrisos são esconderijos para mágoas e feridas de difícil cicatrização, a alma daquela pequena estava sangrando, tornando-a uma matéria morta e com uma enigmática vitalidade.
— O que ela teria percebido da realidade desse utópico mundo, onde as pessoas vivem de sonhos?
Estariam os seus estagnados?
Tentei ajudá-la, não consegui mover-me, vê-la em seu estado de agonia, naquela insanidade me fez chorar e aos prantos percebi o quanto o mundo é real, e a realidade é dolorosa.
E pasma percebi que aquela jovem, havia sugado minha essência, meu ser, e após uma fusão passamos a ser uma só pessoa, eu e aquela desconhecida uma só alma.
Na verdade sempre fomos unidas, só não enxergávamos a verdade, talvez você se encontre em um passeio no parque.

sábado, 4 de abril de 2009

SENDO MULHER



Sendo mulher,me encantei.
Atraiu-me com seu cheiro, seu olhar,
sorrindo instigantemente, me entreguei.


Aos seus braços, grandes monumentos
tornando-me cativa, sua escrava e acordei.
na grande noite escura, ressonei.


Logo percebi que no calor de braços desconhecidos,
imaginados e intocados, frutos da minha imaginação.
Libertei meus instintos femininos, sendo mulher.


E os instintos gritaram, descontrolados;
Fêmea libertina e ousada,louca e apaixonada pela vida, por viver.
fêmea desgovernada e enclausurada.


Onde a mulher dona de si, vive a te esconder?
Corriam por minhas veias, arrepiavam meus pêlos,
faziam-me suar, minha respiração tornou-se ligeira e ofegante.
Meus passos descompensados, nervos aflorados, instintos indomados
.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

OS LAÇOS



Ah! Os laços inquebráveis
Que foram forjados pelo sangue
União fraternal nascida no coração
E inundada de ternura por todos.


Laços que sempre agregam os amáveis
Criaturas necessitadas de extravasar seu amor, de ser irmãos
Agregam também a discórdia, os equívocos e a incompreensão.


Ah! Os laços amarráveis, as brigas infindáveis
A dor da saudade, a dor do orgulho corroem o coração
E a consciência que suplica pelo fim da desunião.


Ah! os domingos familiares
Esqueceram-se as brigas, reconciliação.
Um abraço apertado, suspiros aliviados.
O amor é a solução