quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Prosopopéia Lunar



Nas ruas, nos bares, nas mentes, nos montes imagina-se a magia dominar:

(Ela) ─ Oh! Doce noite fria

─ Oh! Lua cristalina, que aviva meus instintos femininos, transformando-me em aprendiz.

(Lua) ─ Respire fundo, antes de iniciar a longa caminhada noite adentro, seres noturnos vão te infernizar, esqueça as aventuras meu boêmio.

(Ele) ─ Oh! Triste noite fria

─ Oh! Lua prateada que convoca lobos famintos enviando-os a minha amada.

(Lua) ─ Daqui de cima assisto a tudo, e manipulo as pobres almas, enfraquecidas, desamparadas, desiludidas e apaixonadas.

(Ela) ─ Oh! Noite iluminada

─ Oh! Lua tão bonita, guie os meus passos inocentes, proteja-me de todo inconsequente, seja parte de mim.

(Lua) ─ Minha pobre alma, já faço parte de ti, tão feminina, misteriosa, hipnotiza pra lhe servir, tão geniosa e complicada é a menina de fases.

(Ele) ─ Oh! Noite irritante

─ Oh! Lua atrevida,

A cada minuto que passa longe de minha amada, sinto menos a vida.

(Lua) ─ Vejo algo cativante, quase uma ressurreição, um casal de viajantes, se beijando lá no chão, vejo fogos de artifícios estourando entre as línguas. Vejo os lobos pelos bares e o reinicio de duas vidas.

Constatação

As pessoas são estranhas e agem de modo singular, cada qual se preocupa somente com seu bem estar, e o mundo que se exploda.


Essa singularidade me espanta, não quero seres iguais, nem diferentes, somente aprecio seres humanos.

─ Pena que eles estão em extinção.