quinta-feira, 27 de maio de 2010

ARDOR

(Imagem: Toulouse Lautrec)

Sempre observei seu andar pela rua
Sua dança ao luar prateado
Suas curvas sorrindo para mim

O vento bagunçando seu cabelo quando rodopiavas
Ao som da música orquestrada pelo mar

Respirava seu perfume, exalado de uma flor rara
Guardava seus sorrisos em um filme constante
Um romance clichê, que insiste em passar em minha memória

Chorei cada vez que seu rosto estava triste
E me extasiei com sua alegria
Entreguei meu ser a ti
Sem nada pedir
Sem nada esperar
E fui feliz enquanto te pertenci

Fui paixão, fogo, entrega
Sangue fervente, saliva, suor
Fui beijos, abraços, fui voz e gemidos

Fomos pêlos e pele, fomos dor e paixão
Fomos magia, inspiração
Uma quimera inimaginada e totalmente sem tradução

Somos sem compreensão, a mais pura sensação
Somos traição e amor
Sempre sem comparação
Ardor


domingo, 23 de maio de 2010

DEVANEIO

Um brinde as voltas da vida
Esse louco carrossel
que guia nosso destino
descendo e subindo ao céu

Um brinde ao grande moinho
que se tornou nosso mundo
o vento que nele passa
se reproduz no futuro
 Um brinde ao caos e a sua teoria
aos que não conseguem notá-lo
e ao sopro que hoje faço tormenta de meu passado

Um brinde ao jovem poeta
esse louco sonhador
que enfrenta ao gigante moinho
e se joga no abismo na busca do puro amor

Um gole ao amor insano, dominador de minha alma
que me leva as tormentas do mundo
no sobe e desce da vida e que me rasga as feridas
me torna paixão em vida e te faz possuídor de mim.