terça-feira, 10 de março de 2009

CORAÇÃO VAZIO


As marcas do passado deixaram em seu coração um imenso vazio, e gravados em sua pele lembranças dos tempos de felicidade, de um amor estrangulado, assassinado, acidentado. Seu semblante não esconde a realidade de seu coração, um coração vazio, sem vida, sem esperança, o destino tripudiou de sua existência, ele jurou não mais sentir amor por nenhuma outra mulher, as lágrimas rolaram em seu rosto monumental, nenhuma seria tão digna de seu amor, como aquela defunta havia sido.
Aos pés de sua tumba, ele chorava, haviam cinco anos que ele se encontrava naquela lastimável situação, naquele luto interminável, cinco ano de dor, sombras e angústias, sua vida era um nada desde então, apenas vegetava em sua existência, sem sonhos, sem ambições, caiu no tenebroso abismo das lamentações.
Tentou se reaproximar do mundo, iniciou com uma ligeira respiração e ainda sem esperanças foi, somente por ir, sem nenhuma aspiração e deu novamente o primeiro passo para a eterna caminhada, rumo ao pôr-do-sol, sonhou sem querer acordar, riu sem querer mostrar os dentes, retribuiu um olhar sem pestanejar, sentiu sem querer amar, se libertou das trevas e enxergou que a densa tempestade havia se dissipado.
Imaginou o inimaginável e conquistou um coração inconquistável, transformando-o dependente da batida do seu em uma sintonia única e em sua pacifica rotina atravessou a rua rumo ao horizonte acenando para o novo amor, e no súbito vacilo de um louco desenfreado, partiu de encontro ao antigo, e da sacada restou apenas um coração vazio.

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